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“Como a Bienal pode ser útil para você?” foi a pergunta que Pablo Lafuente me fez ao formalizar o convite para que eu participasse da 31ª Bienal de São Paulo, em janeiro de 2014. Já estávamos em diálogo eu, ele e Galit Eilat havia alguns meses, quando me disseram que teriam interesse que eu trabalhasse com eles. Perguntaram-me se eu gostaria de chamar uma pessoa ou um grupo, preferencialmente de outra área que não a arte, para colaborar comigo, como já faço em muitos de meus projetos. Como compartilhávamos um interesse comum em torno da educação, eu propus convidar a educadora Lilian L’Abbate Kelian para colaborar comigo e assim fizemos. A Lilian, que há mais de dez anos se dedica à pesquisa e à prática da educação democrática, ansiava por trabalhar com algo que transcendesse o contexto da educação e aceitou o convite. Juntas, apresentamos três projetos aos curadores: a edição do quinto número da revista Urbânia, que tem como foco de investigação a educação contra-hegemônica / a educação para a autonomia; um curso com educadoras e educadores da Bienal; e o projeto de um ônibus Tarifa Zero, este sob minha responsabilidade individual. Nenhum dos três projetos foi imaginado para o Pavilhão da Bienal; inicialmente pelo meu desinteresse cada vez mais crescente pelo espaço expositivo – o que foi abraçado pela Lilian, ainda que essa escolha implicasse em certa invisibilidade de nossos trabalhos a quem visitasse a exposição -, mas, fundamentalmente, por causa da pergunta do Pablo. Como a Bienal poderia ser útil para nós? Ou, melhor: como nós poderíamos ser úteis, ou fazer algo útil para a vida coletiva, que fizesse sentido em nosso contexto local e que tivesse continuidade, para além da Bienal?

Lançar a revista Urbânia 5 na última semana da 31ª Bienal, em dezembro de 2014, foi uma das formas encontradas para explicitar que ela irá existir a partir da exposição, mas para além da exposição. A distribuição imaginada para a revista não é endereçada a uma audiência genérica ou desconhecida, ou ao “mundo da arte”, mas especialmente aos próprios indivíduos e coletivos colaboradores, que tomarão parte nessa distribuição. Isto não significa privar visitantes da Bienal de ter contato com a revista. A revista estará também nesse contexto, ao menos na última semana e, ao longo de 2015, nas itinerâncias da exposição por outras cidades. Mas significa, fundamentalmente, que a revista irá circular entre as escolas indígenas do Alto do Rio Negro, na Amazônia; que estará nas bibliotecas das escolas do campo, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); que poderá ser usada por educadoras e educadores com meninas negras, carentes de histórias de princesas que se pareçam com elas, para formar a sua identidade e fortalecer a sua autoestima; e que irá passar de mão em mão entre estudantes organizados em grêmios no ensino médio, entre outros exemplos que eu poderia citar. A ideia é que os próprios colaboradores usem a revista para compartilhar as suas experiências e para aprender, uns com as práticas educativas dos outros.

O projeto gráfico original da revista seria apresentar cada conteúdo como um livreto independente. Cada colaborador receberia alguns jogos da revista completa (com todos os livretos unidos por uma cinta de papel, que seria a capa da revista) e muitos exemplares individuais de sua própria prática, para distribuir como achasse melhor. De certo modo, eu, como editora responsável pela maioria dos contatos, ainda estava imbuída da pergunta do Pablo, e tentava estimular cada coletivo ou indivíduo colaborador a fazer um material que pudesse ser útil para a sua prática, por exemplo como um impresso de divulgação da pesquisa e do trabalho realizados. Ocorre que, conforme os conteúdos – em sua maioria inéditos – foram chegando, achamos que a existência de muitos não se justificaria como um material independente, e, mais que isso, que esses conteúdos ficavam mais fortes juntos. “Ser útil” não poderia se reduzir a uma divulgação ou propaganda de práticas educativas que não se pretendem definitivas/estagnadas; “ser útil” seria compartilhar processos vivos, em andamento, sujeitos a novas descobertas e também a dúvidas, à autocrítica e a sua transformação. “Compartilhar” não no sentido de divulgar/espalhar uma informação, mas, sendo fiel ao sentido original do termo, como partilha de um comum; um modo de participar, de tomar parte, de estar/fazer junto. A revista como um único caderno busca se constituir como uma comunidade plural, que torne possível a convivência entre os diferentes textos, projetos e grupos.

QUAL A FORMA DA DEMOCRACIA?
Na base deste projeto editorial está a noção de educação democrática. As escolas democráticas são, de modo geral, escolas nas quais as e os estudantes participam das decisões sobre o funcionamento da escola e nas quais as e os estudantes escolhem o que e como querem pesquisar, com a orientação e o suporte das e dos professores. Ocorre que, tratando-se das escolas democráticas, nada pode ser afirmado “de modo geral”. Como se poderá ver na Linha do tempo da educação democrática, que abre a revista, a rede mundial de educação democrática elegeu dois critérios para definir uma escola como democrática: 1. A própria escola se autodefinir como democrática; e 2. As escolas reconhecerem que existe uma pluralidade de visões e práticas de democracia. Quem tiver a curiosidade de visitar um dos sites indicados na linha do tempo – idenetwork.org -, poderá ver múltiplas tentativas de se definir o que é a educação democrática. Cada escola da rede tem suas especificidades; cada escola que se pretende democrática é única. Essas escolas guardam características comuns e muitas só existem porque um dia foram inspiradas por outras, já existentes. Mas não há uma forma fechada para a democracia. A democracia, para ser democracia, precisa estar sempre se aperfeiçoando.

A primeira seção da revista Urbânia 5 reúne escolas regulares do sistema nacional de ensino que, no entanto, instituíram práticas educativas contra-hegemônicas: CIEJA Campo Limpo, Politeia Educação Democrática, Escola Indígena Baniwa e Coripaco Pamáali e as “escolas do campo” tocadas pelo MST, assim nomeadas como forma de diferenciação das “escolas rurais”, identificadas com o projeto da classe dominante para o campo. Além dessas experiências brasileiras, publicamos um pequeno trecho do livro Educação democrática, de Yaacov Hecht, no qual o educador israelense introduz o conceito deaprendizagem pluralista, desenvolvido a partir da sua vivência na Escola de Hadera.

A segunda seção da revista explora práticas educativas que se dão na escola que, no entanto, não integram o currículo oficial. Podem ser militantes do Movimento Passe Livre fazendo trabalho de base com estudantes do ensino médio; estudantes do ensino médio organizados em grêmios para mudar suas escolas e sua própria condição de subordinação (a professores e diretores); ou uma artista como a alemã Annette Krauss, que há anos trabalha em colaboração com grupos de jovens estudantes, descobrindo e experimentando espaços de aprendizado inesperado. O pequeno texto de Natália Lobo, que integra o coletivo da revista Capitolina, direcionada a meninas adolescentes, faz a crítica ao caráter machista dos currículos escolares, reivindicando uma história da humanidade contada por mulheres. Encerra a seção (e prepara terreno para a próxima) uma pergunta inconformada: ONDE FOI PARAR O KIT ANTI-HOMOFOBIA? Enquanto esse material didático – que teve apoio do Ministério da Educação para chegar a existir – segue proibido nas escolas, multiplicam-se assustadoramente espancamentos e assassinatos por homofobia.

A terceira parte deste projeto editorial aproxima diferentes “tipos, cores e tons”. Pode não ser apropriado eu declarar aqui uma preferência – todas as partes da revista deveriam ser igualmente importantes -, mas esta é a minha parte preferida. Justamente porque as pessoas e textos ali presentes recusam uma falsa igualdade. Nós não somos “todos” iguais; nós somos “todas” diferentes. Como aprendi certa vez com um escritor, cada um traça os seus próprios caminhos para a surpresa e o deslumbramento. Aqui e neste momento estou escolhendo destacar esta terceira parte da revista, mas cada leitor e cada leitora poderá descobrir e assumir as suas preferências. É bonito quando a dona Êda Luiz diz, no começo da revista, que “a igualdade não é apenas uma escolha política, mas sim um pressuposto, uma visão sobre o ser humano”. Mas essa almejada igualdade se efetiva no CIEJA Campo Limpo pelo acolhimento da diversidade e pelo respeito às diferenças.

Versos para famílias de todos os tipos, cores e tons! é uma coletânea de poesias inéditas de Anna Dulce, uma das integrantes do Núcleo Performático Subterrânea que, no ano 2000, criou a revista Urbâniacomigo. O material é composto de 17 poesias que versam sobre a diversidade de estruturas familiares possíveis em nossa sociedade. A obra foi pensada para crianças de 8 a 12 anos de idade e suas respectivas famílias, mas objetiva contemplar não só as famílias alternativas ao modelo tradicional, mas também famílias que queiram educar seus filhos para a valorização da diversidade, com princípios de igualdade e respeito. Convidamos Aline Paes para escolher alguns poemas para ilustrar e um primeiro desdobramento da revista, espero, será realizar um livro infantil com todos os poemas ilustrados, pela Editora Pressa.

Entre as famílias descritas por Dulce está o “povo de santo”. Que poderia ser o João Vitor ty Ayrá e o Patryck ty Ogún, entre outros personagens dos dois textos de Stela Guedes Caputo, sobre os saberes nos terreiros e contra a discriminação sofrida por crianças de candomblé em suas comunidades, escolas e nas redes sociais. O primeiro texto, que tem a coautoria de Nilda Alves, constitui-se também como uma pequena aula de yorubá, em que as palavras aparecem coladas ao seu contexto/ao seu uso cotidiano. Na sequência, Kiusam de Oliveira nos fala de rainhas e princesas negras e nos presenteia com o mito de Oyá, mulher-búfala que se liberta da tirania de seu marido. Este presente poderá ser útil tanto para uma educação feminista como poderá ser usado por educadoras e educadores como a Ana Caroline da Silva de Jesus e o Whellder Guelewar, engajados na construção da autoestima de crianças e jovens negros e de espaços educacionais sem racismo. E, para nos lembrar “do lado de lá”, da faceta ignorante, racista e fascista da nossa sociedade, também poderão ter uso pedagógico os desenhos da série Classe Idade Média, de Kiko Dinucci. Seus desenhos violentos escancaram a fúria e a bestialidade das pessoas que insistem em preservar nosso passado colonial e escravocrata. A série hoje soma aproximadamente trinta desenhos e um dia deve existir como um livro; mas aqui estamos publicando apenas sete imagens, todas inéditas no formato impresso. Na véspera da redação deste texto havia centenas de personagens do Kiko marchando na Avenida Paulista, pedindo intervenção militar e a volta da ditadura, em nome da democracia.

Hoje, na mesma Avenida Paulista, outras centenas de pessoas se reuniram em ato “pela libertação de todos os corpos”, reivindicando, entre outras pautas também presentes aqui na revista, a legalização do aborto e a criação de políticas de incentivo à realização do parto normal e humanizado no SUS (Sistema Único de Saúde). Esses temas são abordados na revista pela jornalista Andrea Dip e por meninas da revista Capitolina. Uma especificidade das práticas educativas relacionadas ao direito ao corpo da mulher é que, nessas práticas, mais que se dirigir à sociedade como um todo, mulheres buscam conversar com outras mulheres. Para sair da clandestinidade e dos abusos que nos são impostos, nós mulheres precisamos nos escutar e perceber que somos muitas, que não estamos sozinhas. Mesmo o passo a passo sobre o parto humanizado elaborado pela parteira Ana Cristina Duarte para profissionais de saúde é, antes, uma aula para as próprias mulheres conhecerem seus direitos ao estar em trabalho de parto em um hospital.

O final da terceira seção e todos os primeiros conteúdos da próxima abordam a relação entre brancos e índios e eu não conseguiria, aqui, introduzir em poucas palavras toda a complexidade presente nos textos de Carlos Fausto, Sofia Cupertino, Ricardo Jamal, Nádia Recioli, Eliel Benites e Gilberto Machel. Esses autores nos falam de culturas em movimento e de transformações mútuas: o índio virando branco e o branco virando índio. Não com a violência característica dos processos de colonização, mas como um aprendizado que se dá coletivamente, junto.

Lembro agora do meu primeiro telefonema com a Nádia, quando ela contou da experiência que ela e o Gil realizaram junto aos Kaiowá do Mato Grosso do Sul, por dois anos. O que me fez convidá-la para relatar essa experiência na revista foi a sensação que ela tinha de essa experiência ser tomada como fracassada, como algo que “não deu certo”. A universidade livre indígena esboçada por eles (Nádia com Gil com os Kaiowá, e não Nádia e Gil sozinhos) não chegou a se concretizar como um espaço físico. Mas como dizer que não existiu, nesse processo de dois anos? Ou que não continua existindo, mesmo que a Nádia e o Gil não estejam mais lá? Esses dias a Nádia me enviou, emocionada, a cartilha sobre agrofloresta, presente nas páginas 165 e 166 da Urbânia, traduzida para o kaiowá (a tradução foi feita pelos próprios Kaiowá). Esse pequeno gesto diz muito do processo que se deu ali.

 

APRENDER A FRACASSAR
Entro agora nas últimas páginas deste texto editorial com apenas meia hora para escrevê-las, a tempo de a revista entrar na gráfica e ser lançada antes do término da Bienal. Se eu fosse seguir a lógica que usei até aqui, eu precisaria justificar editorialmente os conteúdos de todas partes finais da revista. Mas sequer caberia, pois as cinco páginas que estou usando já estavam previamente contadas e separadas. Meu texto precisaria caber nessas cinco páginas, independente de como caminhasse a minha escrita. Isso é totalmente diferente de como se deu todo o processo de construção da revista Urbânia 5. Para cada colaboradora e colaborador que me perguntava “quantas páginas” ou “quantos caracteres” seu texto poderia ter, eu respondia que preferia não dar um limite; cada um deveria ver o que o trabalho pediria, sempre tendo em mente que se tratava de um projeto coletivo, que todos precisariam caber. Isso hoje torna possível que a revista tenha todo um ritmo próprio e que cada conteúdo tenha singularidade, diferente da maioria das publicações, que seguem padrões para cada entrada de texto. Mas, na prática, significou que, até o último momento, não era possível sequer orçar os custos de produção gráfica desse trabalho. Não havia como saber quantas páginas a revista teria, quanto mais que forma assumiria. E, independente de quanto seriam esses custos de impressão, precisariam caber na verba limite anteriormente estipulada. Esse processo de abertura radical foi respeitado tanto quanto possível e, quando já não era mais possível seguir o tempo da livre criação, foi necessário reservar cinco páginas para este editorial.

Mas cinco páginas é muita coisa. O exercício de amarração editorial dos conteúdos que fiz até aqui pode ser continuado por outras pessoas. Mais que isso, pode assumir outras formas, seguindo a noção de “arquitetura aberta” de que falará a Lilian nas próximas páginas. Podemos, por exemplo, aproximar a experiência de agrofloresta desenvolvida pela Nádia e pelo Gil dos sucos específicos do Jorge Menna Barreto, que se encontram em partes separadas da revista. Podemos destacar o próprio termo “específico” e buscar quantas vezes ele aparece nas diferentes seções (adianto que aparece muitas vezes, em contextos os mais diferentes, justamente porque, a cada contexto, são ressaltadas suas especificidades, ou uma maneira específica de se fazer).

Acho importante dizer ao menos algumas palavras sobre a parte final, a única dedicada à mediação em arte. Era nosso desejo inicial abordar práticas educativas de diferentes instituições de arte mas, mais entusiasmadas com a educação que se dá fora delas, escolhemos nos concentrar no Educativo da Bienal, pelo contexto da publicação. Não foi nossa pretensão dar conta do Educativo da Bienal, até porque a própria instituição tem condições de realizar materiais sobre essa prática, como já faz há alguns anos. A nossa escolha foi ouvir aqueles que aparecem menos nesses materiais institucionais, que estão no cotidiano das exposições: as educadoras e os educadores. As ex-educadoras da Bienal Caróu Oliveira, Rachel Pacheco e Thauany Freire escolheram elaborar sua crítica aos modos de funcionamento do Educativo a partir de “perguntas disparadoras”, tendo como referência o material educativo da 29ª Bienal. Um grupo de educadores atuais escolheu falar, principalmente, das suas condições de trabalho e Paulo Delgado escreveu sobre o processo coletivo de mudança do controverso questionário que cada educador e cada grupo de escola precisa responder após as visitas à exposição. Além dessas contribuições, convidamos o geógrafo Ricardo Baitz a visitar a 31ª Bienal apenas através de visitas mediadas pelo Educativo, para depois relatar a experiência; e contamos um pouco sobre o processo do curso Autoformação de educadores, sob minha responsabilidade e da Lilian (mas principalmente da Lilian), que teve início antes de a exposição abrir e continuou até o mês de novembro. Ali caberia aproximar a “volta ao caderno” do “diário de bordo” do CIEJA Campo Limpo e também fazer uma ponte com o panfleto Salário para estudantes, de 1975, compartilhado na revista na forma de um falso fac-símile, por Jakob Jakobsen e María Berríos. O curso não pôde ser incorporado como parte do trabalho pelo Educativo da Bienal e isso representou a evasão de muitos participantes quando a exposição começou, pois o horário do curso coincidiu com as suas escalas de trabalho. Sobre toda a parte final da revista, em torno da censura em curso na 31ª Bienal, o que é importante dizer é que as tais “coisas que não existem” abordadas pelo projeto curatorial existem sim, mas permanecem como tabus para a nossa sociedade – e para as nossas instituições -, que insistem em abafá-las. Mesmo que existam até mesmo inquéritos policiais para investigar algumas obras de arte da 31ª Bienal, sentimos falta de um posicionamento mais público e mais destemido – ou educativo – da Fundação Bienal.

Eu teria ainda muito a dizer, mas a revista está aí. Precisamos agradecer imensamente ao Vitor Cesar, por ter encontrado a forma da Urbânia 5. Este projeto editorial não seria o mesmo sem ele, que por sua vez teve a colaboração de Frederico Floeter e assistência de Deborah Salles. Agradecemos também às colaboradoras e aos colaboradores pela sua dedicação, que irá se prolongar no processo de distribuição da revista. Aos curadores da 31ª Bienal, por terem confiado neste projeto e por sua presença constante. Agradeço finalmente à Lilian, por toda a nossa cumplicidade, que provavelmente irá se desdobrar em novos cursos de autoformação. “Autoformação” porque somos todas e todos, ainda, incompletos.

Graziela Kunsch, novembro de 2014

 

São Paulo: Editora Pressa, 2014
Todos os direitos reservados são públicos
editorapressa.org (site em construção)

_ Obra comissionada pela 31ª Bienal de São Paulo, Como (…) coisas que não existem _

 

URBÂNIA 5

Editora responsável Graziela Kunsch
Coeditora convidada neste número Lilian L’Abbate Kelian
Projeto gráfico Vitor Cesar, com Frederico Floeter. Assistente: Deborah Salles

Colaboradoras e colaboradores Aldo Victório Filho, Aline Paes, Ana Caroline da Silva de Jesus, Ana Cristina Duarte, Ana Lucia Pontes, André Fernando Baniwa, André Gravatá, Andrea Dip, Anna Dulce, Annette Krauss, Augustin de Tugny, Bárbara Fernandes, Beatriz Trevisan, Carlos Fausto, Carolina Nóbrega, Carolina Cruz, Carolina Oliveira, Carolina Sumie Ramos, Cayo Honorato, Cibele Lucena, Clarice Kunsch, Comboio, Danielle Sleiman, Diogo de Moraes, Dione Pozzebon, Donizete Maxakali, Dora Correa, Elaine Fontana, Eliel Benites Kunumi Rendyju, Eloisa Domenici, Emily Pethick, Equipe da Escola Politeia, Estudantes de Salários para Estudantes, Federico Zukerfeld, Gabriel Menotti, Gilberto Machel, Gilmar Maxakali, Gabriella Beira, Gabriela Sakata, Graziela Kunsch, Helena Singer, Helena Zelic, Iara Haasz, Jakob Jakobsen, Joana Zatz Mussi, Jorge Menna Barreto, José Pacheco, Júlia Lotufo, Kiko Dinucci, Kiusam de Oliveira, Lilian L’Abbate Kelian, Loreto Garin Guzman, Luiz Claudio Cândido, María Berríos, Maria Cecília Moraes Simonetti, Maria Helena Franco, Marina Vishmidt, Marquinhos Maxakali, Marta Neves, Manolo, Movimento Passe Livre (MPL) – São Paulo, Mujeres Creando, Nádia Recioli, Natália Lobo, Nilda Alves, O MAL EDUCADO, Osvaldo de Souza, Pablo Lafuente, Paulo Delgado, Pedro Felício, Priscylla Piucco, Rachel Pacheco, Rafael Maxakali, READ-IN, Ricardo Baitz, Ricardo Jamal, Ricardo Ramos, Rosângela Pereira de Tugny, Setor Nacional de Educação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Sofia Cupertino, Stela Guedes Caputo, Tatiana Guimarães, Tassiana Carvalho, Tiago Judas, Thauany Freire, Thiago Gil, um grupo de educadores da 31ª Bienal, USINA, Vera Lúcia Simonetti Racy, Whellder Guelewar, Yaacov Hecht e Yvan Dourado

Agradecimentos Ana Lira, Daniel Guimarães Tertschitsch, Editora UFMG, fotógrafas e fotógrafos com imagens na revista (tanto os nomeados como os que permaneceram desconhecidos, apesar de nossos esforços de identificá-los), Margarida Maria Krohling Kunsch, Mazza Edições, Mayra Oi, Pedro Kelian Ortellado, Taiguara Belo de Oliveira, Tande Campos e Waldemar Luiz Kunsch

Agradecimentos especiais Charles Esche, Galit Eilat, Nuria Enguita Mayo, Oren Sagiv, Pablo Lafuente, Benjamin Seroussi e Luiza Proença – cocuradoras e cocuradores da 31ª Bienal; Helena Ramos e Gabriela Lopes – produtoras desta obra na 31ª Bienal; e participantes do curso Autoformação de educadores.

ISSN 1982-856X

Índice

 

Editorial


CONTRAESCOLAS

Linha do tempo da educação democrática. Lilian L’Abbate Kelian
Aprendizagem pluralista – o aprendizado num mundo democrático. A busca pela originalidade pessoal. Yaacov Hecht
CIEJA Campo Limpo: escola transformadora de estruturas e trajetórias. Helena Singer
Lampejos de uma experiência de educação que reconhece a diversidade. André Gravatá
A importância do questionamento para a Escola Politeia. Equipe da Escola Politeia
Entrevista com André Fernando Baniwa sobre a Escola Indígena Baniwa e Coripaco Pamáali, em Alto do Rio Negro. Ana Lucia Pontes
Escolas rurais do MST. Setor Nacional de Educação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra


CURRÍCULO ESCONDIDO OU 
PELAS FRESTAS DOS PORTÕES

O Movimento Passe Livre nas escolas. MPL São Paulo, Carolina Cruz (MPL Floripa) e Manolo (Tarifa Zero Salvador)
O MAL EDUCADO coletivo O MAL EDUCADO
Currículo oculto. Annette Krauss
Espaços de aprendizado inesperado. Annette Krauss, Emily Pethick e Marina Vishmidt
Minha história, contada por eles. Natália Lobo
Escola sem homofobia. Maria Helena Franco, Vera Lúcia Simonetti Racy e Maria Cecília Moraes Simonetti


SOMOS TODAS DIFERENTES
Versos para famílias de todos os tipos. Anna Dulce
Fotografando e narrando saberes: a educação nos cotidianos dos terreiros. Stela Guedes Caputo e Nilda Alves
Vamos soprar os dentes de leão. Stela Guedes Caputo
Um mito de presente para você: tecendo as memórias femininas ancestrais afro-brasileiras. Kiusam de Oliveira
Construindo um espaço educacional afastado do racismo. Ana Caroline da Silva de Jesus e Whellder Guelewar
Classe Idade Média. Kiko Dinucci
Clandestinas. Andrea Dip
Na hora de fazer não gritou. Andrea Dip
Quando a mulher não se pertence: o aborto, o parto e o direito ao corpo. Helena Zelic, Beatriz Trevisan, Gabriella Beira, Priscylla Piucco e Bárbara Fernandes
Como atender um parto humanizado, passo a passo. Ana Cristina Duarte
No registro da cultura. Carlos Fausto
Perguntas para abrir o mundo. Sofia Cupertino e Ricardo Jamal + trechos do livro Cantos tikmũ’ũn para abrir o mundo. Organização de Rosângela Pereira de Tugny

OUTRA UNIVERSIDADE
De tudo aquilo que não sabemos. Nádia Recioli
A história da minha vida: o caminho de um Guarani. Eliel Benites Kunumi Rendyju
Replantando raízes: o índio que está vivo em mim. Gilberto Machel
A trilogia do bem comum: as três últimas edições do Festival de Inverno da UFMG
Territórios do sensível: primeiros passos da Universidade Federal do Sul da Bahia. Eloisa Domenici, Augustin de Tugny e Rosângela Pereira de Tugny
Escolhas do olhar. Gabriel Menotti
Salários para estudantes. Estudantes de Salários para Estudantes + Jakob Jakobsen e María Berríos
READ-IN: Manual de grupo de leitura coletiva. Read-In.

CONTRAESPAÇOS DE APRENDIZADO
Processos de projeto como construção de autonomia. USINA
A cidade que (des)construímos. Comboio + Movimento Moinho Vivo (Favela do Moinho)

ONDE FOI PARAR A BRINCADEIRA LIVRE?
O tédio em crianças. Clarice Kunsch
Árvore é pessoa, não é palavra! Uma brincadeira entre mães e crianças. Cibele Lucena e Joana Zatz Mussi


EDUCAR É NÃO CABER
Anotações sobre uma certa inclinação educativa em de uma trajetória (supostamente) artística. Jorge Menna Barreto
Pela vocação ruidosa do artista na cidade: um texto-disputa disparado por quatro artistas que integram o Programa Vocacional da Secretaria Municipal de Cultura da cidade de São Paulo. Carolina Nóbrega, Luiz Claudio Cândido, Pedro Felício e Tatiana Guimarães


MEDIAÇÃO INSTITUCIONAL E MEDIAÇÃO EXTRAINSTITUCIONAL
“Bastará que os educadores se interroguem”. Aldo Victório Filho, Carolina Sumie Ramos, Cayo Honorato, Elaine Fontana, Graziela Kunsch, Helena Singer, Jorge Menna Barreto, José Pacheco e Lilian L’Abbate Kelian
Mediação extrainstitucional. Cayo Honorato
Episódios contrapúblicos. Diogo de Moraes
MATERIALISMO EDUCATIVO DA BIENAL DE SÃO PAULO (CAPITAL): a teoria crítica como prática educativa. Carolina Oliveira, Rachel Pacheco e Thauany Freire
Sem título. Um grupo de educadores da 31ª Bienal
Relatório do Educativo da 31ª Bienal. Paulo Delgado
Como ensinar coisas que não existem. Ricardo Baitz
Autoformação de educadores na 31ª Bienal de São Paulo. Danielle Sleiman, Dione Pozzebon, Dora Correa, Elaine Fontana, Graziela Kunsch, Júlia Lotufo, Paulo Delgado, Lilian L’Abbate Kelian, Ricardo Ramos e Thiago Gil
Arte, educação, classe. Pablo Lafuente
Errar à censura. Loreto Garin Guzman e Federico Zukerfeld (Etcetera)
Assunto: CENSURA NA BIENAL DE ARTE DE SÃO PAULO. Mujeres Creando e outros

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